Saber
nadar onde não dá pé
Saber
nadar
Quando
a correnteza é forte
Quando
é contra
¿Seguir
a maré ou nadar contra a corrente?
Essa
corrente de elos fortes
Que por
vezes te prende, te puxa
¿Seguir
a onda ou se deixar levar por ela?
¿Nadar
por baixo d’água sem abrir os olhos
Ou deixar
que o sal arda e cure?
Os
caminhos sempre mudam
As
marés sempre mudam
Da
areia a visão é melhor
Mas não
tem o sabor de sentir a onda quebrar
¿Assistir
ou fazer parte?
¿Ser
parte ou ser todo?
Eu, que
sei nadar
Ainda
tenho medo
Quando
não encosto os pés no chão
Levitar?
Flutuar? Voar?
Tudo é
questão de não ver o final como opção
Bater
os pés, trancar a respiração
Fazer
da água sobre a cabeça
A maior
razão pro impulso
Saltar,
transcender, alcançar
Ir
fundo, conhecer
Saber
nadar em toda profundidade
No mar
desconhecido
Nas
águas que sempre mergulhou
Tudo é
água e imensidão
O que
muda é
Saber
nadar ou não!
Mateus Carneiro
28/08/12
– 10:35