quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Eu gosto disso...


Eu gosto disso
Quadros no chão
Conectividade e ruptura
O jingle que virou hit
A foto que virou história
A ligação entre fatos
Os feitos de uma ligação
Quando o prefixo ainda era 33
Não importa quem disse
Se Quintana
Se um cara na rádio as 3 da manhã
Ou se ouvi de meu cachorro cusco
Mas o tom da frase era incerto
Ainda assim, gosto disso
Da imparcialidade do tempo
Dia de pouco sol
Dia de poucas nuvens
Cinza ou amarelo
Preto ou avermelhado
As cores que vejo
São as mesmas do quadro
Que teima em não sair do chão
Dias de poucos amigos
Dias pra se ficar sozinho
Dissonância e uníssono
Uma corda que discorda das outras
Ou se o resto fecha os ouvidos pro tom certo
Aos 33 do segundo tempo
Uma bola na trave
Um chute por cima
O grito trancado
Não de gol
De medo
Que as 3 da manhã
A voz do rádio me diga não
Que o dia mude de cor
E que meu quadro saia do chão



Mateus Carneiro
02/06/10 – 08:49



quarta-feira, 29 de setembro de 2010

E aquele velho jogo de xadrez...


E aquele velho jogo de xadrez
Que deixamos pra depois
Ficou ali
Esperando a próxima jogada
Um joguete...
Mas amanhã eu volto ao tabuleiro
Penso numa estratégia complexa
Para dar um cheque mate (pré-datado) à solidão
Deixo pra atrás as mazelas e asneiras
E corro... pra ver o mar, pra ver o pôr-do-sol
Pra sentir o vento no rosto
O velho jogo mora ainda na memória
As jogadas certas, o tombar das peças
Sem rei ou rainha é mais simples
É mais bonito chegar ao topo
Mesmo que o dia seja cinza
Renasce a felicidade...
O reencontro...
Ser mais feliz não requer mais coisas
E sim ver o hoje com os olhos
Que se colocava sobre o tabuleiro
Sobre as peças que teimavam
Em não seguir o caminho
Que eu traçava...


Mateus Carneiro
29/09/10 – 16:40