Eu gosto disso
Quadros no chão
Conectividade e ruptura
O jingle que virou hit
A foto que virou história
A ligação entre fatos
Os feitos de uma ligação
Quando o prefixo ainda era 33
Não importa quem disse
Se Quintana
Se um cara na rádio as 3 da manhã
Ou se ouvi de meu cachorro cusco
Mas o tom da frase era incerto
Ainda assim, gosto disso
Da imparcialidade do tempo
Dia de pouco sol
Dia de poucas nuvens
Cinza ou amarelo
Preto ou avermelhado
As cores que vejo
São as mesmas do quadro
Que teima em não sair do chão
Dias de poucos amigos
Dias pra se ficar sozinho
Dissonância e uníssono
Uma corda que discorda das outras
Ou se o resto fecha os ouvidos pro tom certo
Aos 33 do segundo tempo
Uma bola na trave
Um chute por cima
O grito trancado
Não de gol
De medo
Que as 3 da manhã
A voz do rádio me diga não
Que o dia mude de cor
E que meu quadro saia do chão
Mateus Carneiro
02/06/10 – 08:49