quarta-feira, 5 de outubro de 2011

É! Eu te amo!


É! Eu te amo
Porque do medo brota uma certeza
Quase que irreconhecível
Com outra cor, um gosto de fruta madura
Eu te amo
E sei disso
Porque são nossos todos os dias
De chuva ou não
Quentes ou não
São nossos todos os dias
Mesmo encolhido
Com a boca seca e sem palavras
Eu sei que eu te amo
E o mais saboroso
É não precisar
Não ter como ordem do dia ou da vida
Te amar incansavelmente
É assim, simples
Mesmo que não seja fácil
Ou ao menos,
Não seja sempre do jeito mais fácil
Sei que somos assim
Juntos mesmo que alguns metros nos coloquem distantes
Mesmo que o silêncio e o olhar digam outra coisa
O cheiro de vida boa e casa leve toma conta
De cada poro meu
Cada gota de saliva ou de suor
De cada segundo que eu passo do teu lado
Tendo em cada um deles mais certeza
É! Eu te amo!


Mateus Carneiro
05/10/11 - 19:43


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O dia me tirou a fome...

O dia me tirou a fome...
A vontade é outra
De outro alimento que não pro corpo
A dor leva o apetite...
Turva a visão, adormece o toque...
Traz o amargo pra língua
Que antes só sentia o teu gosto...
Ainda não entendo a razão
De ter que manchar as mãos e a cabeça
Com frio e tristeza...
Hoje eu não sinto fome...
Sinto medo, muito medo...
De sentir tudo escorrer pelos dedos
E não ter força de fechar a mão
E salvar tudo que nos mantém vivos...

 Mateus Carneiro
05/07/11 – 12:33

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Azul e Vermelho...

Eu mesmo, por vezes, me queria mais distante
Com mais medo ou com menos de mim
Não sei...
Céu e inferno
Ying e Yang
Azul e vermelho
Tudo tão certo que parece estar errado
“Uma certa impressão. Uma certeza imprecisa...”
Ainda não sei onde há erros
Tão pouco se os acertos são meus
Procurar problemas onde não existem?
Talvez!
Inventar soluções pro todo dia
Não deixar que virem soluços
Das dores não choradas ou alegrias adiadas
Eu mesmo queria me entender por dentro
Mas ninguém mais me vê tão afundo
Quem mora dentro de mim
Me vê forte, maior e melhor do que eu sou
Ou então me ama mesmo assim...
Com meu turbilhão de defeitos e medos infundáveis
Neuroses e dúvidas que trago há mais de 30 anos
Me ama com todos os “poréns”, “apesares” e afins
Que possam acompanhar quaisquer frases que me definam
Eu entendo
Também sinto assim...
Amo demais com “contudos” e contrapontos que teimam em não fugir de mim
Isso nos faz inteiros...
Certos do caminho...
Saber que posso ser assim me tira as dúvidas ali de cima...
Inventar soluções, soluçar e solucionar o dia...
Deixar de olhar tão fundo quando é pra dentro
E ver que o que te completa não mora em ti...
E sim na perna que pesa na tua durante a noite...
Na cabeça que repousa no teu ombro...
Na boca que te aquece pra vida toda...
Azul e vermelho
Ela e eu...
Assim... simples...


Mateus Carneiro
20:14 – 29/06/11

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Silêncio!


Silêncio!
O corpo pede silêncio
E tudo em volta é ruído...
“Um copo de silêncio com dois dedos de água pura”
Seria um bom início pra um dia como esse
Na falta do vácuo
O som estremece os ouvidos
Um grunhido alto, rasgando e marcando por dentro
Uma tatuagem na alma
Na pele, mas pelo outro lado
Silêncio!
Pede a velho professor chamado tempo
Em sua didática não cabem dúvidas
Ele não se dá para elas
Onde buscar o vazio se não dentro de nós mesmos
Como se encontrar em si se moramos no corpo ao lado
Que mora na mesma cama
E por vezes foge pro limite
Entre o que é lençol e o que é frio
Silêncio!
Só pra ficar cuidando...
Ninando o sono pesado
Os sons de calma e vontade
Ouvidos ligados na escuridão do quarto
Um passo em falso
E a certeza tropeça no ontem
E tudo em volta vira ruído...
Mas hoje...
Silêncio!
Preciso ouvir teus passos vindo pra mim
Como se fossem os primeiros na minha direção
Teu coração batendo perto da minha boca
Teus poros rindo na minha mão...
Ouve... canta o silêncio com a tua voz macia
Sem rancor ou mágoa...
Com a mesma certeza
Que há tempos se mudou pra dentro de nós...



Mateus Carneiro
26-05-11 – 13:37

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Não Sei...

 
Não sei por onde anda minha segurança...
Acho que hoje ela dormiu mais que eu
Perdeu a hora... o rumo...
Tô assim... folha solta no vento...
Não deveria nem te dizer isso...
Entendo tua vontade de ficar só...
Queria querer também...
Mas minha solidão precisa da tua companhia...
Mas essa certeza que trago comigo
Me acalma, ma traz teu riso na cabeça...
Teu cheiro eu sinto como se tu tivesse aqui
Quero isso pra sempre...
A certeza... o cheiro... a mão... o carinho
De quem sempre esteve perto
Mas só agora vive dentro de mim...

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Palavras de Amor...


O cheiro que mora na pele
A roupa que foge do poro
O grito, o silêncio
O gosto que é só teu e é meu
Saliva e gemidos...
As marcas das unhas cravadas às costas
São palavras de amor em braile
São palavras de amor toda palavra
São nossas palavras
Logo só cabem ser de amor...
O desejo e a insanidade
O medo... a vontade...
A vida inteira agora...
Na tua boca
Na tua pele
No teu corpo
Onde eu moro
Onde só eu tenho leito
Onde me deito por prazer, por amor
Por todos os sempres de couberem entre nós...

Mateus Carneiro
24/04/11 – 21:42

domingo, 3 de abril de 2011

Soneto da Verdade


Pois se faz verdade e fato o que sinto
Sendo em meu interior que nasce
E brota como lágrima na face
Em puro amor o que não omito

O que fortalece a cada dia
E a cada encontro que temos
Pois dentro de nós, já sabemos
O que nos causa alegria

Sendo nosso o que é inteiro
Amor este, verdadeiro
Faça-se forte e puro

Posto que este seja imenso
Tal qual o sentimos intenso
Em mim já é eterno. Eu Juro!


Mateus Carneiro
03/04/11 – 11:18

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ah! Essa Boca!


Ah! Essa boca...
Me toma, me bebe
Como se eu não me pertencesse
E já não me pertenço...
Não sou dono de cada passo
E isso ainda é liberdade
Meus poros me guiam
Me levam pro teu colo
Todo dia
Toda hora
Pra vida inteira
Ah! essa boca...
Me toma
Me faz sedento
Como se água não bastasse
E não basta
Pra matar a minha sede de ti...


Mateus Carneiro
26/02/11 – 01:00

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

À um Jazz de Chet Baker


Num bar qualquer
Onde a dor é companhia
O passear dos dedos na pedra de gelo
Daquele copo de uísque barato
Um jazz toca longe como alento
Como tormento ainda maior
Pra uma alma em desespero
Queimando os dedos e a sobrancelha
Como quem avisa que a tristeza é a parceira mais fiel dessa noite...

Mateus Carneiro
14/02/11 – 15:39

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Quando falta a paciência...


Quando falta a paciência
O coração se cala
Quem grita no ouvido
É aquela voz te dizendo...
Corre, vai pro alto daquela montanha
Reza, pede pela calma que a vida tem te dado (às vezes)
Usa a tua fé pra enxergar na frente
Ver o mar calmo, o sol leve, a vela estufando
Chega lá no alto sem tirar os pés do chão
Sem tirar os olhos do papel
Voa longe, bate asas e pousa de volta
Respirando fundo
Pensando no muito
Tendo a certeza de todos os amanhãs...


Mateus Carneiro
10/02/11 – 14:58

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Preciso te contar tudo...


Eu sei... preciso te contar tudo
Eu não posso mais...
Não consigo...
É isso que meu rosto dizia
Quanto tu perguntava o que eu tinha...
Não tem mais como esconder
Nem razão eu encontro pra não falar...
Não dá...
Simplesmente, é impossível!
Eu não sei por onde começar
Por ser cedo ou doido
Por não ter lutado
Mas chegou num ponto
Onde ou eu te conto...
Ou eu vou explodir...

Não dá mais pra viver sem ti
Eu não sei mais nem respirar
Sem ser pensando em ti
Eu te amo!
Pronto... falei...
Grito ao mundo sem dizer uma palavra
Quando o silêncio é necessário...
Não consigo mais ver nada à frente
Onde não haja nós dois... juntos
Uníssono, no mesmo tom... mesmo ritmo
Como naquelas canções antigas
Que minha mãe cantava pra me ninar
É limpo, é leve... é teu cada suspiro
Cada segundo...
Cada dia da minha, da nossa vida
Até sempre...

Eu sei... eu precisava te contar
Não podia mais guardar isso sozinho...
Agora... toma conta de tudo...
Alma, coração e palavra...
O que é clara, o que pulsa, o que fala...
É, a partir de agora...
Só teu...

Mateus Carneiro
08/02/11 – 21:48

domingo, 30 de janeiro de 2011

Coisas...


Tem coisas que não tem como contar
Nem cantar...
Não haveria a música certa...
Mesmo que eu escrevesse ela
Há coisas maiores que o tempo
Maiores que nós
E sem nó nenhum a desatar
Limpo, claro e leve
Como um dia de sol
A brisa no rosto
O abraço, o beijo
O gosto do novo como se tivesse há séculos ali
Tem coisas que não tem como mensurar
É simplesmente maior
Maior do que o peso que tem nas linhas
Nas entrelinhas
No livro inteiro
Não haveria a poesia certa
A rima perfeita
Nada seria justo
Nada pode apontar no horizonte
Mais forte que esse sol que se cria
Dentro do peito, da boca pra dentro
Nada é mais forte que o hoje
Nada é mais bonito que os amanhãs
Que as manhãs, cinzas ou não
Desde que venham com teu hálito da manhã
Num beijo de bom dia
Num olhar de pra sempre...

Mateus Carneiro
30/01/11 – 22:01


domingo, 23 de janeiro de 2011

4 em 1


decorar
cada milímetro
sentir o cheiro de cada poro
o tamanho  do seio...
a circunferência da coxa...
com a mão... com a boca...
o gosto...
o sabor...

é tudo tesão e poesia...
a falta de sentido acaba quando minha mão encontrar tua pele
a palavra acaba quando o silêncio é a melhor pedida
teu sussurro... música...
teu gemido... o tom certo para as noites em claro que quero contigo...

e perdoe a física em colocar o corpo perto estando longe
me perdoe a invasão de estar a agora...
deitando no teu ombro... te fazendo poesia... mais uma vez

me desculpa a nudez da alma...
pode ser muito cedo
mas... é verdade
a nudez da minha palavra é, sinceramente... só tua,,,
tu me dá vontade de escrever... de tocar
de te fazer música

domingo, 16 de janeiro de 2011

Vontade...


O uivo do vento
O gemido do tato
Vontade em cada poro
Em cada troca de olhar o convite
Teu gosto na ponta dos dedos
Tua boca no meu ouvido
Teu vestido pedindo pra fugir do corpo
Meu corpo pedindo pelo teu
Toda a noite seria pouco
Pro todo que eu quero contigo


Mateus Carneiro
16/01/11 – 16:12