Por mais que venha de perto
É de longe que se ouve
A voz calma vai indo
Dando adeus à história
Dobra a esquina e se perde
E me perco
Em meio aos cacos e ecos
Da última palavra
Do último beijo
Por mais que seja intenso
Não tem mais força pra ser
E a voz que antes era dentro
Agora dissona
Não ouço mais os pés na manhã cinzenta
Desejando bom dia aos pés do ouvido
Hoje eu caibo na cama
Mesmo ficando no mesmo espaço
Que antes sobrava pra mim
Mas nem assim eu caibo
Nessa lacuna que ficou
Entre eu e o ontem
Entre os nós na garganta
E as lágrimas que teimam em se guardar
Pro dia em que tudo virar lembrança
Mateus Carneiro
23:43 – 31/08/10
Um lamento bem contado. Tu escreve bem meu caro!
ResponderExcluirNão conhecia este teu lado poeta, mas todo artista é artista em qualquer espaço...
ResponderExcluirAi, Theo!!! Que lindo!!!
ResponderExcluirAM E I esse poema. Releio, leio de novo, releio, leio de novo, releio.....
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