Certa noite me peguei a te olhar nos olhos
A dizer que te amo
A pensar que o poeta estava errado
Que o pra sempre não acaba
Esse mesmo poeta que morreu por amor
Sem provar o sempre
Nessa mesma noite me peguei a pensar como um outro poeta
E a ter o medo que aquela poesia me deu
O tremor de morrer por “amar mais do que pude”
Mas como dar medida ao infinito
Dar números ao incontável
Então me peguei a pensar em ti
E ver que todas as outras poesias
Por mais belas que sejam
Não fazem a verdade
Então que eu morra te amando
Pra poder morrer em paz
Morrer feliz...
Naquela noite percebi que não mentia
Ao te olhar fundo nos olhos medrosos
E ver que ali morava meu coração
Naquela noite vi que tudo que eu queria
Estava naqueles olhos castanhos
Que me chamavam pra perto
E me mostrava que a poesia mora
Nesses corações amantes como o meu
Mateus Carneiro
01:09 – 30/01/01