quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Ler é um Bocejo

Ler é um bocejo, ao menos pra mim.
Mas não me levem à mal. Nem me levem a sério!
¿Sabe o bocejo de dia começando? É esse!
Efeito dominó, causa e efeito.
Minha mulher lê muito, lê sempre. Eu não!
...
Ao menos não lia, ou não gostava, ou não gosto!
Estranho quem escreve dizer que não é de ler, ou não?!?
Vi tantas vezes ela abrir um livro, nunca a mesma capa...
(Ou ela lê muito rápido, ou lê tudo ao mesmo tempo)
Que por vezes já me peguei folheando os meus.
(sim, mesmo sem gostar muito de ler, eu tenho livros)
Ficam ali meio de canto, vez ou outra aparece um novo.
Como esse que me fez ler novamente mais de 10 páginas de uma vez.
Hoje uso o tempo que o tempo dá pra ler um pouco.
Uma, Dez, Cem páginas de um livro que eu já li mais de 10 vezes,
Ou aquele velho livro de poesias de Augusto dos Anjos, Drummond,
Quintana, da minha irmã ou do meu irmão.
Ganhei um livro de frases soltas (é esse exatamente o nome do livro).
Ótimo de ler, frases conhecidas, outras nem tanto.
Mas ele me fez olhar pras velhas capas cobertas por contact e revisitar pontos reclusos do meu eu que gosta de livros.
Desde então estou relendo a Toca do Leão (história da W/Brasil), e sempre estou relendo pela primeira vez os livros do Humberto Gessinger (Pra Ser Sincero e Mapas do Acaso).
Meu ler é um bocejo. Um bocejo da minha mulher antes de tirar os óculos ou as lentes, marcar o livro atual com um clipes colorido e deitar pra dormir.
O que me fez escrever essas coisas meio sem nexo foi o livro da manhã, o Mapas que citei antes. As mesmas frases de sempre que eu nunca havia lido.
Então, tenho à agradecer: Minha mulher, meu irmão, minha irmã.
Continuem bocejando, a cada bocejo de vocês uma página nova (mesmo que relida) é virada num livro meu.

Mateus Carneiro
12/01/12 – 11:48

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Olhar pra trás é bom

Olhar pra atrás é bom
Mas é ruim, mas faz parte
Ver por onde se passou
Os tropeços
Arranhões e cicatrizes do trajeto
Tudo o que te fez doer
Tudo o que te fez sorrir
E nada, eu disse nada
É questão de medir prós e contras
Mas sim onde cada sensação te levou
Onde cada segundo te fez chegar sem sair do lugar
E desse cálculo sem números
Ver que o resultado é o hoje
Sinceramente
Eu pensei que meu hoje fosse outro
Se me perguntassem há um ano
Até um pouco menos
Minha resposta seria outra
Mas então, olho para as cicatrizes
Olho para o trajeto
Tudo que ainda marca, fere
Tudo que teima em ficar preso
Em fotos, em fatos
São partes do que eu sou hoje
De onde eu estou hoje
Há um ano nada seria igual
Não haveria nada igual
Como não há
Eu juro que fiz as escolhas certas
Mas não faço a mesma jura
Pra falar dos caminhos
O caminho mais fácil
Certamente me levaria pra longe
De tudo, do todo
Ainda tenho as marcas
Vou levá-las sempre comigo
Pra sempre
Mas como alimento e aprendizado
Saber o preço de cada passo
É essencial pra se descobrir o valor de tudo

Ter a certeza que a escolha mais dolorida
Foi aquela que te fez mais feliz ainda no caminho
Eu queria que entendessem
A dor faz parte
Ela também é combustível praquilo que te ergue
Saber o preço de cada corte
É essencial pra aprender o valor da cura

Mas olhar pra atrás é ruim
Mas é bom, mas faz parte

Mateus Carneiro
05/12/11 – 11:25